Crédito da imagem: Weather.
Uma onda de calor sem precedentes está passando pela América do Sul e algumas cidades na Argentina, Uruguai e Paraguai devem estar esperando temperaturas em torno de 50ºC.
Buenos Aires e Montevidéu atingiram essa marca na terça-feira, enquanto a cidade de San Antonio Oeste, na Patagônia argentina, havia registrado 42,8ºC na segunda-feira. Para a capital argentina foi a temperatura mais alta desde 1995. O Serviço Nacional de Meteorologia (SMN) também disse que a cidade enfrentava seu quarto dia mais quente em 115 anos, ou desde que os registros começaram a ser arquivados em 1906.
De acordo com a MetSul, empresa de meteorologia do Rio Grande do Sul no Brasil, algumas áreas na Argentina devem atingir entre 45ºC e 47ºC, enquanto o Uruguai enfrentará temperaturas entre 41ºC e 43ºC.
A MetSul também prevê máximas de 41ºC e 42ºC nos próximos dias para a cidade fronteiriça argentina de Uruguaiana, enquanto regiões mais frias, como a Serra Gaúcha, devem suportar 37ºC em Caxias do Sul e cerca de 40ºC nos vales de Farroupilha e Bento Gonçalves.
Assim como Buenos Aires e Montevidéu, Porto Alegre também deve enfrentar marcas em torno ou acima de 40ºC, tendo a Defesa Civil já alertado a população para se proteger do sol, manter hidratação constante e evitar exercícios físicos entre 10h e 16h.
A temperatura mais alta já registrada no Rio Grande do Sul, segundo dados oficiais registrados desde 1910, foi de 42,6ºC, nos verões de 1917, em Alegrete, e de 1943, em Jaguarão.
Agricultores no sul do Brasil, Uruguai e Argentina sofreram perdas significativas de safra com uma seca profunda no ano passado e as temperaturas atuais trazem mais problemas para os produtores já sitiados.
No Rio Grande do Sul, 159 municípios já estão em situação de emergência por conta da estiagem iniciada em novembro. As perdas registradas até agora estão espalhadas pela produção de grãos, frutas, hortaliças e leite.
No Uruguai, os primeiros dias de 2022 já foram marcados por imagens assustadoras de incêndios na região de Paysandú, onde cerca de 37 mil hectares foram queimados no maior incêndio da história do país.
Enquanto isso, as autoridades argentinas alertam desde a semana passada sobre a possibilidade de uma crise no fornecimento de energia com cortes de energia em Buenos Aires e outras cidades do país. Só nesta terça-feira, 11 bairros e 700 mil usuários ficaram sem energia elétrica na capital.
Segundo Éder Maier, especialista em climatologia na América do Sul e integrante do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a atual onda de calor é consequência da massa de ar quente e seco instalada entre Argentina e Brasil. O fenômeno é favorecido pela área de alta pressão atmosférica que está atuando sobre o Rio Grande do Sul, elevando as temperaturas e reduzindo a umidade do ar.
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